De acordo com o diretor-executivo da Abrasel, Taiene Righetto, foram analisados os registros dos cerca de 20 mil bares e restaurantes cearenses junto à Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec). O levantamento considerou dados referentes ao início de dezembro do ano passado.
Righetto afirmou que ambos os segmentos foram afetados de forma semelhante, com impactos parecidos para bares e restaurantes no Estado.
Contudo, os pequenos negócios, aqueles com faturamento anual de até R$ 4 milhões, foram os mais prejudicados pela crise, representando a maioria (mais de 90%) dos bares e restaurantes fechados em 2020.
A proporção acompanha o perfil do mercado cearense, segundo o diretor-executivo da Abrasel, em que cerca de 95% é composto por pequenos negócios.
Mais fechamentos
E a perspectiva, segundo Righetto, é que o número de restaurantes fechados aumente no começo de 2021. A previsão é que, sem o pagamento do auxílio emergencial – encerrado em dezembro de 2020 – e as medidas de suporte às empresas, como suspensão e redução de jornadas de trabalho, o número de fechamentos chegue ao patamar de 50% no começo de fevereiro.
O dado representaria mais de 10 mil bares e restaurantes fechados no Ceará.
“O último levantamento é do início de dezembro, mas a tendência de janeiro é termos um aumento do número de fechamentos, até porque devemos ter menos caixa sem os recursos do auxílio emergencial e sem as medidas de apoio às empresas. Não temos suspensão do contrato de trabalho, por exemplo, e isso deve quebrar muito mais gente, e a curva pode aumentar, chegando a 50% dos restaurantes no fim de janeiro”, apontam Righetto.
‘Quebradeira’ na periferia
Uma das preocupações dos membros da Abrasel, contudo, é que o fechamento de bares e restaurantes está concentrado em regiões afastadas dos polos turísticos no Ceará.
O diretor-executivo da Abrasel destacou que os grandes negócios, já consolidados no mercado, foram os menos impactados pela crise então ainda é possível ver bons níveis de demanda nesses locais instalados nos bairros Aldeota, Varjota e Meireles, por exemplo.
“O complicado é que a gente não vai conseguir mostrar a realidade que temos em Fortaleza, pois temos uma percepção muito concentrada em Aldeota, Varjota e Meireles, onde temos locais turísticos e com maior concentração de renda. Mas nos locais menos badalados e com empresários menores, a quebradeira de pequenos negócios familiares é enorme”, disse Taiene.
Impactos em grandes negócios
Além disso, sem o suporte do Governo Federal, as grandes empresas também deverão começar a sentir um impacto maior da crise em 2021.
Uma das preocupações da Abrasel é que, com a cobrança de impostos no começo do ano, sem o suporte do auxílio e as medidas de flexibilização trabalhista, até mesmo os grandes restaurantes não suportem a pressão no fluxo de caixa.
O restaurante Engenho Dedé, no shopping RioMar Fortaleza, deve encerrar as operações ainda no primeiro semestre.
“Eu tenho alertado que janeiro, com os impostos, o setor de serviços deve ter um novo impacto nessa crise, até porque não temos mais o auxílio emergencial e não temos mais a questão da suspensão da folha. E devemos ter esse impacto maior agora. Até os grandes não têm mais gordura para queimar”, disse Taiene.
Empregos
Ao todo, o fechamento dos mais de 8 mil bares e restaurantes representou, de acordo com o levantamento da Abrasel, o encerramento de mais de 30 mil postos de trabalho em todo o Estado
Fonte: Diário do Nordeste
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