sábado, 17 de julho de 2021

Cuidados devem ser mantidos mesmo após a primeira dose da vacina contra a Covid-19

Poder dar um abraço, um beijo, um aperto de mão. Gestos simples típicos da nossa cultura precisaram ser substituídos com o isolamento social. Essas mudanças fazem a diferença entre a saúde e a contaminação pela Covid-19.

Mesmo quem já tomou a primeira dose precisa ter cuidado e evitar esses contatos, respeitando a “janela de imunização”. O termo se refere ao tempo necessário para que a vacina faça efeito no corpo. Para a maioria dos imunizantes contra a Covid-19 disponíveis hoje no Brasil, essa janela representa o tempo entre a primeira e a segunda dose da vacina, mais 14 dias após a D2.

“Apesar da primeira dose já dar um certo grau de proteção contra o vírus, somente ela não é suficiente a ponto que possamos abandonar a segunda dose em caso de imunizantes que precisam obrigatoriamente de reforço”, afirma Matheus Mota, médico infectologista.

Essa janela existe porque a vacina funciona como um treino para que o sistema imunológico esteja preparado contra a doença. A vacina da Covid-19 não é a primeira a precisar de doses de reforços. “Existem algumas vacinas que precisam de duas ou três doses para completar o esquema vacinal. A vacina da hepatite B, por exemplo, necessita de três doses no adulto para completar o esquema”, afirma o médico. 

Ainda segundo o médico, a quantidade de doses necessárias para uma imunização mais segura e completa é definida nos estudos iniciais, quando os laboratórios fazem os testes da eficácia das vacinas.

“Para imunizantes que precisam de duas doses, a pessoa precisa comparecer ao local da vacinação para completar o ciclo. Se o imunizante precisa de duas doses, a imunização só estará completa após a segunda dose. Não se pode abandonar as medidas gerais de proteção em nenhum momento”, reforça Matheus. “Especificamente no caso da Covid, é importante continuar com as ações preventivas como uso de máscara, evitar aglomerações e tomar cuidados com higienização de mão

RESTRIÇÕES

Para a psicóloga Byriane Ferreira, a privação do toque, tão forte na cultura do brasileiro, é um dos grandes impactos na pandemia. “De uma hora para outra fomos privados do gesto carinhoso tão típico da nossa cultura, que é o abraço, o beijo, o contato físico. A suspensão contra a vontade da pessoa gera um impacto, uma ansiedade forte, que na primeira oportunidade que ela se sentir mais segura, esquece as regras de prevenção e coloca ela e os outros em risco”, diz.

Ela lembra que, por nunca termos passado por uma situação como essa por tanto tempo, é natural que haja a vontade de quebrar as regras. “A questão é que ainda não é o momento de relaxar e que é preciso, ainda, que mantenhamos todos os cuidados”, completa.

A psicóloga reforça que mesmo com o distanciamento social, manter os contatos virtuais é um dos fatores que ajudam a minimizar os impactos negativos da pandemia. “Também é importante manter uma rotina de atividades físicas em segurança e com orientação médica e dedicar um tempo para si, realizando atividades que tragam prazer”, encerra.

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